P R E F A C I O Num universo de publicacoes em expansao acelerada sobre o que tenho ouvido apelidar de «temas angolanos», foi com gosto que aceitei o muitissimo honroso convite de prefaciar este estudo do tenente-general Justino da Gloria Ramos sobre a progressao do posicionamento e da(s) guerra(s) em Angola e as suas causas e consequencias politicas, o maior Estado de lingua oficial portuguesa criado no seculo XX e a ultima das ex-colonias portuguesas a ascender a independencia politica. Um convite irrecusavel, dada nao so a qualidade do estudo em causa como os lacos de amizade e apreco que foram sendo edificados entre mim e o seu autor, que nao conhecia, durante o percurso do meu apoio como orientador cientifico do seu trabalho doutoral. Mas vamos ao trabalho. A edicao desta obra constitui mais um passo no quadro de uma das linhas de forca tematicas mais intensas nas discussoes academicas que tem vindo a ser discutidas em Angola (e em Portugal), dispostas lado a lado no interior das nossas edicoes: aquela que da corpo a publicitacao de estudos tecnico-cientificos sobre os paises lusofonos e a historia da sua progressao e, designadamente, a de trabalhos de folego relativos ao Estado angolano e ao seu percurso e historia. Na maioria dos casos, o esforco, nas varias series que constituem o corpo das publicacoes em curso, tem sido o de por em circulacao estudos de cariz politico-ideologico ou outros de natureza mais pessoal. Tem feito alguma falta trabalhos de maior alcada e qualidade, de estudos que iluminem zonas cinzentas da articulacao dos processos que tiveram lugar em Angola no quadro de um sistema internacional em mudanca que com eles interage em incessantes processos de feedback. Este constitui um passo singular do presente estudo fortemente academico no essencial e levado a cabo por um oficial-general angolano no activo. O esforco, aqui, por outras palavras, foi o de abrir mais amplamente a lente angular da analise... In prefacio Professor doutor Armando Marques Guedes Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e Instituto de Estudos Superiores Militares