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ISBN | 9789993705130 |
Format | PaperBack |
Language | Portuguese |
Year of Publication | 2022 |
Bib. Info | 1v. |
Product Weight | 4600 gms. |
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Resultado de quase uma decada de investigacoes primarias em bibliotecas e arquivos centrais, regionais e privados da Franca, esta obra em quatro demorados volumes publica e estuda uma impressiva coleccao de 295 memorias textuais de Macau escritas entre 1609 e 1900. Reunem-se a 20 textos do seculo XVII, 57 do seculo XVIII, pertencendo os restantes em numero de 97 a primeira metade do seculo XIX para 121 da segunda metade de oitocentos. Produzidos pelos mais diferentes autores e editores, estendendo-se por prestigiados viajantes maritimos a missionarios, militares, diplomatas, medicos da marinha, geografos, jornalistas, cientistas ou os primeiros assumidos turistas, estas memorias em viagem por Macau iluminam os mais diversos aspectos da vida social, economica, das gentes e dos espacos que tornaram Macau um territorio fundamental para o acesso da Franca ao grande imperio do meio. Se alguns destes autores sao tao humildes como o tanoeiro Laurentin-Justin Dessales que ditou porque quase nao sabia escrever o que viu de Macau em 1838, outros textos trazem o prestigio dos escritores e ensaistas maiores como Chretien-Louis Joseph de Guignes, Agricol-Joseph Fortia D’Urban, Jean-Ferdinand Denis, Leon Gozlan, Rene de Pont-Jest, Philibert Audebrand, Louis Henri Boussenard, Paul Bonnetain ou mesmo do grande Honore de Balzac que mobilizou o melhor da sua prosa para contar em 1842 a legenda do templo de A-Ma visto e admirado nas telas do seu intimo amigo, o pintor Auguste Borget que teve a sorte de ser encontrado em Valparaiso pelo grande comerciante de opio e de cules muito bem instalado em Macau que foi o poderoso Jean Antoine Durand. Volumes muito ocupados a editar com rigor estas 295 memorias que, deslindando autorias e apurando os seus sentidos narrativos, oferecem tambem aos leitores varios outros capitulos em que se estuda sobretudo com as metodicas da historia cultural a oceanica atencao intelectual, diplomatica e politica que aproximou sucessivamente a Franca de Macau, culminando ate 1859 com a activa presenca dos seus embaixadores nomeados para ministros plenipotenciarios na China que transformaram a legacao francesa na cidade num dos principais espacos de sociabilidade elitaria e cosmopolita epocais. Se entre 1857 e 1862 a ofensiva colonial francesa na Indochina e a sua participacao militar na chamada segunda guerra do opio ergueram mesmo um hospital militar em Macau, tratando mais de 2000 feridos franceses, o profundo interesse da Franca pela pequena terra do delta do rio das Perolas mobilizava enorme atencao tanto da imprensa diaria quanto de muitas revistas cientificas e literarias que, a cruzar a esta biblioteca unica de memorias vezes 295, ajudam a perceber quanto a imaginacao francesa da cidade, das suas pessoas e coisas contribuiu generosamente para escorar a representacao cultural com que se foi seleccionando em textos e imageticas o que se queria destacar como patrimonio e historia de Macau. Nao admira, por isso, que estes textos tenham mesmo sido lidos por autores portugueses para neles encontrarem a representacao cultural de Macau que ficou.